Bruno Reis

Olhos da política se voltam para comportamento de Bruno Reis na articulação soteropolitana

Política

Depois de muita especulação em torno da arrumação do secretariado de Jerônimo Rodrigues – e até dos ministérios de Luiz Inácio Lula da Silva -, as atenções do mundo político soteropolitano se voltam para as acomodações de aliados feitas pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis. Cada vez mais em um papel relevante para a oposição ao governo estadual, Bruno tem a missão de manter alinhados os grupos que estão sob o “guarda-chuva” de ACM Neto. E os ajustes a serem feitos na capital baiana podem dar o tom de como será daqui pra frente.

O Republicanos vai ceder espaço para que Marcelo Nilo deixe a suplência na Câmara dos Deputados? Cacá Leão vai participar da gestão diretamente ou indicar alguém para o primeiro escalão? Como fica a situação do PDT agora? E o PSDB, vai ver realocados os espaços para tentar encontrar uma vaga para Paulo Câmara, outro que ficou de fora de cargos por decisão das urnas? E a ascensão de Carlos Muniz na presidência da Câmara de Vereadores, terá algum impacto na relação com o Palácio Thomé de Souza?

São muitas as perguntas que precisam ser respondidas a partir de agora, quando começa a segunda metade do mandato de Bruno Reis. Ele é candidatíssimo à reeleição e precisa também deixar uma marca para chamar de sua. Durante a campanha eleitoral de 2022, o prefeito foi tratado pela oposição como um apêndice de ACM Neto – uma injusta alcunha, diga-se. Responsável pelas articulações de bastidores do antigo prefeito, Bruno ainda não achou um Bruno para si e talvez seja esse um dos grandes calos da administração municipal.

Se, antes de chegar à prefeitura, ele era considerado um ás nas construções de alianças, agora, mais que nunca, Bruno será instado a encontrar espaços para os aliados que não lograram êxito nas urnas e que precisam permanecer ao lado dele – por questões ideológicas e também por falta de opção. É assim que ele deve construir a base que pode garantir um processo de reeleição menos traumático, dada a promessa de que o governo baiano vai tentar ganhar em Salvador a qualquer custo – vide, especialmente, a forma como há quem incense Geraldo Jr. para disputar o pleito de 2024.

Mesmo que negue, o entorno do prefeito sabe que o rompimento com o então presidente da Câmara trouxe mais problemas do que o simbolismo do abandono, como foi pregado. Ter um adversário no comando do Legislativo municipal foi um entrave que não deve permanecer caso Bruno queira chegar à disputa pela reeleição sem tantas arestas públicas. Por enquanto, o prefeito tem se esquivado de responder a todos esses questionamentos. E faltou a posse de Muniz com uma justificativa pouco palpável. Vamos ver na prática como ele vai se comportar nos próximos meses.

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